Adquirir e desenvolver competências matemáticaso contributo das TIC- um estudo no 3º ciclo do ensino básico

  1. MARTINS SILVA, ZELIA
Dirigida por:
  1. David Ribeiro Lamas Director/a

Universidad de defensa: Universidade de Santiago de Compostela

Fecha de defensa: 14 de noviembre de 2008

Tribunal:
  1. Juana María Sancho Gil Presidenta
  2. Sonia Sousa Secretario/a
  3. Adriana Gewerc Barujel Vocal
  4. Enrique de la Torre Fernández Vocal
  5. Antón Labraña Barrero Vocal

Tipo: Tesis

Teseo: 170545 DIALNET

Resumen

O presente estudo procura discutir o significado de ser matematicamente competente na Escola Básica e, nesse quadro, analisar o contributo que as TIC podem trazer para o desenvolvimento das Competências Matemáticas dos alunos, em particular, os do Ensino Básico. Assim, a área problemática enquadra-se no âmbito da integração das TIC nas aulas de Matemática e os seus objectivos são: 1.Caracterizar e retratar o contexto no qual se pretende, actualmente, promover o desenvolvimento de Competências Matemáticas com recurso às TIC; 2.Averiguar a atitude e reacção dos intervenientes educativos (directos e/ou indirectos) à introdução das TIC no processo de Ensino-Aprendizagem de Matemática. Em termos metodológicos, optamos por dois estudos com abordagens distintas: um assenta no paradigma quantitativo e o outro no paradigma qualitativo, tomando este último o design de estudo de caso. Quisemos, com o estudo quantitativo, caracterizar as destrezas na utilização das TIC de 1520 Alunos, de 1590 Professores e o apetrechamento em TIC de 28 Estabelecimentos de Ensino do distrito do Porto. Os dados foram recolhidos através de três questionários escritos, durante o ano lectivo 2003/2004. O estudo qualitativo concretizou-se numa experiência com recurso ao computador, em duas turmas do 9º ano de escolaridade no ano lectivo 2004/2005. Com este estudo, era nosso objectivo encontrar um cenário pedagógico, que permitisse compreender o estudo quantitativo empreendido nesta investigação. Procuramos estudar as reacções e as atitudes dos principais actores educativos em relação à introdução das TIC no processo de Ensino-Aprendizagem. Foram desenvolvidas, um conjunto de actividades que permitiram familiarizar os alunos com as TIC. Os instrumentos de recolha de dados foram: observação; documentos produzidos pelos alunos; relatórios das tarefas realizadas; registos de gravação em vídeo das sessões de trabalho; entrevistas; inquéritos e duas fichas de avaliação sumativas, uma de diagnóstico antes do estudo e outra no final da experiência. No que diz respeito ao primeiro objectivo e relativamente aos alunos, verificámos que o parque informático destes existe em quantidade razoável, embora pouco sofisticado, sendo reduzido no caso da ligação à Internet. A maior parte dos alunos declara-se familiarizada com as TIC, no entanto, denota-se um baixo índice da sua utilização em contexto educativo, particularmente, na disciplina de Matemática. Constatámos que nas escolas da Rede Privada existe mais e melhor equipamento informático e que os alunos mais novos e do género masculino, são quem mais valoriza a utilização das TIC. Quanto aos professores constatámos que a maioria possui equipamento informático em quantidade razoável, utiliza o computador há mais de cinco anos, no entanto, a iniciação às TIC faz-se por auto-aprendizagem por não terem recebido formação inicial nesta área. Os resultados permitem demonstrar que os professores consideram as TIC vantajosas, mas continuam a revelar muitas resistências à sua utilização na prática pedagógica com os alunos. Contudo, são os professores do género masculino, da classe etária mais jovem, não profissionalizados, com menos anos de experiência em ensino e com formação no ensino Superior Politécnico, os que possuem mais equipamento informático, utilizam o computador há mais tempo e os que mais vezes utilizam as TIC com os alunos e mais motivados estão para o seu uso. Em relação às escolas verificamos que, apesar de a maioria estar minimamente apetrechada em TIC, a tipologia dos equipamentos é pouco sofisticada e não oferece qualquer contrato de manutenção dos mesmos. É nas Escolas Públicas, que existem mais e melhores equipamentos informáticos e menos contratos de manutenção. Por outro lado, ficamos a saber que nas Escolas EB2.3 existem menos equipamentos informáticos e mais antigos, o que faz com que existam mais contratos de manutenção e mais responsáveis pelo equipamento, comparativamente às Escolas ES/3. Quanto ao segundo objectivo constatámos que os alunos encontram uma grande utilidade no computador. Vêem-no como uma ferramenta de enorme valor pedagógico, quer em termos de motivação, quer como auxiliar de aprendizagem. No entanto, no que se refere ao desenvolvimento de Competências Matemáticas, os alunos não atingiram os níveis desejados. Os resultados evidenciam que os alunos aprendem facilmente a trabalhar com os computadores, mas tiram pouco partido das potencialidades destes e o desenvolvimento de competências fica muito aquém das expectativas dos professores e das finalidades do programa.