A Aprendizagem ao longo da vidaa lingua e a literatura maternas como base da formação integral : o ser no mundo

  1. Silva Gomes, Margarida
Dirigida por:
  1. Quintín Álvarez Núñez Director
  2. Estela Pinto Ribeiro Lamas Director/a

Universidad de defensa: Universidade de Santiago de Compostela

Fecha de defensa: 07 de mayo de 2013

Tribunal:
  1. José Manuel Vez Jeremías Presidente/a
  2. Jesús Rodríguez Rodríguez Secretario
  3. María del Carmen Pereira Domínguez Vocal
  4. Alfredo Rodríguez López-Vázquez Vocal
  5. José Manuel de Almeida Couto Vocal

Tipo: Tesis

Resumen

Este trabalho de investigação assume-se como um passo na longa caminhada a encetar, no sentido de acompanhar a mudança de paradigma a que a escola e o ensino estão sujeitos neste novo milénio ¿ um modelo em que o aluno e a aprendizagem assumem centralidade; sendo esta perspectivada ao longo da vida é encarada como algo que acompanha o ser humano ao longo do seu ciclo vital, contribuindo decisiva e continuadamente para o seu desenvolvimento. Esta centralidade confere ao aluno, ao mesmo tempo, mais proactividade e mais responsabilidade na construção do seu conhecimento, transformando-o num ser activo e co-agente do processo de aprendizagem, cujo sucesso depende em grande parte do seu envolvimento e da curiosidade pelo saber; ao professor compete despertar nele essa curiosidade e esse envolvimento. Daí que, esse processo venha de dentro para fora ¿ dependendo, por isso, da vontade intrínseca do aprendente. Mais uma vez, o professor é chamado a contribuir para o desenvolvimento do aluno, facultando estímulos, desafios e recompensas. Foi nossa intenção, com este trabalho, criar condições para um trabalho comprometido por parte de um grupo de alunos adultos, tendo em vista desenvolver competências. Para isso foram convocadas aprendizagens formais, informais e não formais, com vista a uma formação holística e integral. Questionamos o papel da língua e da literatura maternas nessa formação integral; questionamos também os princípios didácticos para o ensino da língua e da literatura que melhor de adaptam às novas demandas da sociedade do século XXI e aos novos desafios. Nesse sentido, centrámos o nosso estudo na construção curricular integrada e flexível como a que melhor se adequa a esse novo paradigma educacional, em que o papel do professor tem necessariamente de mudar também. Assim, apresentamos uma praxis em que o trabalho colaborativo, em equipa, e a reflexão servem de pilares ao desenrolar da prática docente. Esta, por seu turno, é implementada com base nas teorias educativas que se vão adaptando e actualizando em função da realidade em que a escola se insere. O professor do século XXI é aquele que é chamado a agir e reflectir na prática e sobre a prática, não sendo mais possível o divórcio entre a teoria e a prática. O conceito de formação holística e integral que defendemos, sedimenta-se na, cada vez mais, actual e pertinente concepção de educação, apresentada por Delors, e sustentada nos quatro pilares fundamentais ¿ o saber, o saber fazer, o saber ser e o saber viver com o outro. Da mesma forma, alertamos ainda para a necessidade de intervenção social, sendo a educação o meio de excelência para a formação de cidadãos activos e conscientes ¿ da sua individualidade, da sua pertença a uma comunidade local e nacional, mas também global. Esta dimensão da cidadania activa e consciente leva-nos a reflectir sobre o papel da língua materna na sua dimensão ontológica, na medida em que é na e pela língua que o ser humano se afirma no mundo, é por ela que modeliza esse mesmo mundo e, através dela, se identifica numa comunidade, com os seus valores e tradições e cultura. Desta forma, destacamos a centralidade da aprendizagem da língua e da literatura não apenas como objecto de estudo isolado, mas particularmente como crucial para o desenvolvimento de competências comunicativas que se assumem como indispensáveis na vida do ser humano. O saber estar no mundo ¿ a cidadania activa ¿, o ser linguística e culturalmente competente é, para nós, factor decisivo para a transformação social requerida, particularmente numa época em que os problemas económicos e financeiros dominam as preocupações sociais. A educação deve, portanto, ser vista como factor de desagravamento da crise, na medida em que contribui para a formação de cidadãos profissionalmente competentes e flexíveis e, ao mesmo tempo, mais atentos às questões culturais, que lhes permitam tomar melhores opções.