A articulação e o trânsito das concepções de inclusão / exclusão e de ensino das artes visuais nas práticas de um Instituto de Artes = La articulación y el tránsito de las concepciones de inclusión/exclusión y de enseñanza de las artes visuales en las prácticas de un Instituto de Artes

  1. Caira Gitahy, Ana María
Dirigida por:
  1. Fernando Hernández Director

Universidad de defensa: Universitat de Barcelona

Fecha de defensa: 09 de febrero de 2016

Tribunal:
  1. Juana María Sancho Gil Presidenta
  2. José Miguel Correa Gorospe Secretario
  3. Amalia Creus Vocal

Tipo: Tesis

Teseo: 409488 DIALNET lock_openTDX editor

Resumen

Esta tese discute o processo de articulação e o trânsito das concepções de inclusão/ exclusão e de ensino das artes visuais nas práticas de um Instituto de Artes, desde sua criação como escola de artes visuais para pessoas com deficiência, até sua transformação em uma instituição dedicada à educação inclusiva. Relata e analisa o Programa Plural, que ofereceu cursos de formação para educadores sobre a temática inclusão/exclusão a partir das artes visuais. Para compreender o processo social por trás da noção de escola inclusiva, a tese parte da constituição dos estudos sobre as deficiências, como um campo de disputa entre os modelos médico e social, até a emergência do modelo biopsicossocial, passando pela crítica feminista e suas consequências para as políticas públicas nacionais e internacionais. A análise demonstra como a relação entre o campo de estudos e o movimento social de pessoas com deficiência engendrou uma nova narrativa no campo das políticas educativas: a ideia de uma escola inclusiva ou para todos, abandonando a segregação entre a educação regular e a educação especial. Neste âmbito, ressalta-se que a expansão do direito à educação no corpo da sociedade evidenciou a inadequação do modelo educativo tradicional diante da diversidade do alunado. Este desafio exige, na verdade, uma mudança de perspectiva para pesquisar, pensar e criar uma escola para todos, aberta para aprender e adaptar-se diante das necessidades emergentes. Implica, além disso, abandonar o modelo do déficit e superar o enfoque mecanicista de educação, substituindo a ideia de que fracasso educativo se deve às características das crianças e de suas famílias e relacioná-lo ao processo educativo. Trata-se, enfim, de reinventar a educação, a partir da mobilização de alunos e professores. Neste sentido, a narrativa dos cursos do Plural traz as vozes dos que participaram e também de suas famílias, focando a experiência de reconhecimento do potencial criativo e crítico existente para a criação de estratégias de intervenção na realidade. O programa de formação avançou em direção à abertura de um espaço de diálogo, articulando as instâncias micro e macro dos problemas vividos nas escolas. Isso foi viabilizado pela inserção de práticas artísticas como meio de acessar essas contradições, práticas criadoras de outros lugares que tornavam possíveis outros movimentos no mesmo cenário. Essa aproximação entre arte, vida e problemas pode potencializar percursos criadores. Implica também uma ampliação da noção de "arte" como experiência de criação e do "artista" que aqui aparece atuando em uma comunidade educativa e seu trabalho é de formador. Estes trabalhos habitam a fronteira entre reconhecimento e não reconhecimento, mas seu poder simbólico pode inspirar outros projetos carregados de táticas conceituais que podem ajudar a romper o paradigma hegemônico internalizado em cada um de nós. Entre suas principais conclusões, a tese destaca que há mais conhecimento disponível do que se utiliza para transformar um modelo de educação que exclui em uma educação para todos, na qual os papéis de professor e alunos sejam expandidos.